Entenda por que é importante alinhar sua comunicação interna e ouvir sua equipe
Desde que a pandemia de COVID-19 começou, os segmentos de empresas do mundo todo começaram a viver uma corrida contra o tempo: decisões para garantir a saúde e a produtividade dos colaboradores, reestruturações para se adaptar à nova realidade de home office sem ter que parar completamente, pensar em soluções criativas para não perder clientes e por aí vai.
E, é claro, todo esse turbilhão de ações passou necessariamente pela comunicação interna, que em momentos como este se mostrou ainda mais necessária
Agora, passados dois meses do início do isolamento no Brasil o que temos é uma quantidade ainda maior de ações virtuais, como lives, programas de TV, podcast, ações via rede social corporativa, e-mail marketings, newsletters, vídeos, bate-papos virtuais, entre outros. A necessidade de comunicar e de “estar próximo” acabou levando a uma sobrecarga de informações que, no final do dia, as pessoas até suam frio ao escutar a palavra “live”.
Muitos de nós estão cansados, sobrecarregados e com a sensação de que, mesmo com toda a comunicação, não são ouvidos. Se você tem uma empresa vai logo pensar: “Wow, como assim eu não escuto o meu colaborador? Olha quanta coisa nós fazemos”? Então eu te pergunto: você realmente “escuta” o que ele tem a dizer? Você realmente sabe o que ele está passando? Você realmente consegue ver que por trás daquele sorriso murcho, às vezes forçado, misturado ao silêncio, existe uma pessoa que não está bem?
E mesmo que esteja tudo bem, o fato é que as pessoas estão carentes de atenção, de reconhecimento. Agora, mais do que nunca! Mesmo com todos os benefícios e boas práticas, o que o colaborador quer mesmo é ser protagonista, ou seja, se sentir pertencente e, principalmente, “ouvido”.
Mais do que escutar é preciso ter empatia e sensibilidade para saber quais os sentimentos que estão por trás do que é dito. Enfim, todo colaborador precisa de um líder presente, humano e coerente.
Um exemplo pode ser visto nos países que tiveram números baixos de infectados e mortos pela COVID-19 e que, hoje, estão momentaneamente sem novos casos. São líderes destes países que, além da competência técnica, mostraram seriedade, serenidade, solidariedade, acolhimento e humanidade, como a primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinta Ardern e a chanceler da Alemanha Angela Merkel. Para isso, é preciso estar próximo ao time, dialogar e ouvir.
Na minha visão, o papel do líder de comunicação é:
- Ouvir, aconselhar, orientar, influenciar, posicionar-se;
- Alinhamento com a alta liderança;
- Garantir a narrativa consistente com todos os públicos;
- Garantir que todos os públicos recebam informações relevantes;
- Definir rituais e canais de comunicação e de interação;
- Preparar os porta-vozes e orientá-los a investir mais tempo com seus times.
Por isso, antes de criar uma série de ações que não vão ter o engajamento que você tanto sonha, tire algumas horas pra saber o que seu público realmente pensa e necessita. Você pode se surpreender com coisas simples e fáceis de serem feitas.
Como comunicar-se com o público interno?
Listei abaixo algumas dicas para não errar na hora de lidar e comunicar com o público interno:
- Pessoas precisam de clareza, foco e relevância;
- Gere conexão periódica e próxima (genuína);
- Cuidado com as brincadeiras como “agora todos têm mais tempo”;
- Não subestime os sentimentos de angústia e ansiedade dos colaboradores;
- Tenha paciência! Invista muito mais tempo para ouvir e estar com sua equipe;
- Mostre o plano de ação da empresa – o que está sendo feito para gerar segurança e orgulho;
- Crie um canal periódico entre o CEO e os colaboradores. Pelo menos uma vez por semana é bom que ele apareça – preferencialmente por vídeo – para a equipe;
- Identifique todos os públicos internos – e se eles estão sendo ouvidos e recebendo a informação;
- Tenha serenidade, firmeza, acolhimento, empatia;
- Não deixe perguntas sem respostas;
- Lidere na alegria e na tristeza – transmita confiança e esperança;
- Dê voz às pessoas;
- Seja transparente e diga não sei quando não souber! Assuma que não saber tudo;
- Fortaleça valores e propósitos;
- Reconheça e celebre (as pequenas atitudes também)!;
- Antes de criar mais um material, mais uma iniciativa, pondere se vai realmente fazer diferença para o seu negócio. Será que os colaboradores e seu público externo tem espaço e vontade para mais um podcast, por exemplo?
- Seja didático: infográficos, entrevistas ping-pong, glossários, áudios, vídeos ajudam;
- Seja você mesmo: não invente personagem;
- Seja mais humano e menos perfeito.
Por fim: a comunicação “interna” nunca se mostrou tão importante como agora. Precisamos estar conectados mesmo que em lugares separados e a comunicação tem o papel de fazer a ponte e unificar o discurso da empresa. Quando esse turbilhão passar, continue investindo no endomarketing!
Estruturar sua comunicação interna é um dos pontos fundamentais para fortalecer sua marca neste momento de incertezas. Confira essa e outras dicas no nosso Guia do Marketing Digital na crise:
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