Há cerca de três semanas, assistindo à novela Império, da Rede Globo, vi a seguinte cena: em um restaurante duas amigas conversavam sobre as decepções de uma delas sobre sua atuação como repórter em um famoso blog de fofocas. Depois de muito se queixar sobre seu trabalho, a outra sugeriu: “Por que você não vai trabalhar com assessoria de imprensa?”. “Por que se for pra ser paga pra falar bem de alguém, prefiro falar mal”, respondeu a jornalista.
Será? Será mesmo que assessor de imprensa é pago para falar bem de seus clientes? Minha resposta é: não. O papel do assessor de imprensa não é esse. O assessor de imprensa ou profissional de comunicação corporativa, antes de mais nada, deve prestar o serviço de informar os veículos de comunicação, que por sua vez informam o público final – isso no caso do papel que exerce dentro da comunicação externa.
Como jornalista graduada, assumi valores éticos quando escolhi a profissão. Esses valores seguem comigo até hoje. Já são 10 anos trabalhando com assessoria de imprensa e nem por isso abandonei os princípios nos quais acredito e os quais defendo.
O assessor de imprensa não precisa ser pago para falar “bem” de uma empresa ou pessoa. Pode fazê-lo, independente da índole e do histórico do cliente, mas isso não é regra. É opção de cada um. Como em todas as áreas, existem os bons e os maus profissionais, e não é diferente na área de comunicação corporativa (daí, talvez essa miopia de muitos que comentam sobre nossa profissão).
Antes de ser assessora de imprensa, sou jornalista, com visão crítica do mundo e, antes de assessorar um cliente, é necessário conhecê-lo, bem como sua necessidade com relação à comunicação naquele momento. É necessário haver transparência de ambas as partes. Com as regras do jogo claras, fica mais fácil escolher jogar ou não.
Assessor de imprensa não é advogado, portanto, nem todos precisam de um, independente de seus atos. Atenda um cliente com o qual você se identifica, no qual você acredita e que tenha os mesmos valores que os seus e de sua empresa. Sempre haverá a opção de escolha. Ficam a critério de cada assessor os clientes que terá em seu portifólio.
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