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Qualquer transformação digital passa hoje pelo mobile. Mais de 5 bilhões de smartphones estão em uso no mundo. Só no Brasil, os números no início de 2019 eram de 230 milhões de aparelhos ativos.
Acordamos com o toque do nosso smartphone e somos acompanhados por ele ao longo de todo o dia. Consumimos conteúdos, atualizamos as redes sociais, fazemos fotos, pedimos comida, solicitamos serviços de transporte, pagamos contas… tudo na palma da mão. Uma ligação tão grande a ponto de se tornar até uma fobia: no caso, a nomofobia, ou medo irracional de ficar sem o celular.
Mas como as marcas têm acompanhado as mudanças que o mobile trouxe para o comportamento de consumo? As empresas usam todo o potencial dos smartphones na hora de se comunicar com o público?
Para Thomas Husson, VP da Forrester Research, empresa americana de pesquisas de mercado, “a triste realidade é que a maioria das marcas ainda não está madura na integração e implementação de dispositivos móveis em sua estratégia de marketing”.
Husson falou recentemente sobre as tendências do mobile em uma conferência na França e também em alguns artigos. Separei a seguir alguns insights do que o VP da Forrester acredita que vem por aí.
- Transformação dos negócios e experiência de personalização. O mobile deve ser pensado não como um canal, mas como um modo de oferecer uma experiência integrada que precisa atender as necessidades dos consumidores no momento e no contexto certo.
- Smartphone segue na liderança. Apesar da rápida evolução das tecnologias, nenhum novo dispositivo deve alcançar a escala e popularidade dos telefones celulares nos próximos 10 anos.
- Mobile conecta novas tecnologias em escala. Assistentes de voz (algo que já abordamos no texto sobre as tendências de marketing digital) e recursos de inteligência artificial e de realidade aumentada são usados majoritariamente em smartphones. Por isso, é o mobile que deve impulsionar essas tecnologias nos próximos anos.
- Privacidade dos dados no centro das atenções. Como boa parte da coleta oculta de dados do consumidor ocorre por meio do celular, as marcas precisam integrar ativamente o mobile em suas políticas de privacidade, de modo a conquistar a confiança do consumidor.
- Novos modelos de assinatura de conteúdo. A guerra dos streamings deve se acirrar cada vez mais, e a disputa entre Netflix, Prime Video, HBO Max, Disney pode resultar em novos modelos de assinatura de conteúdo para o consumidor.
- Crescimento da publicidade em áudio. O boom dos podcasts e outros conteúdos em áudio – amplamente consumidos em dispositivos móveis – vai impulsionar também o crescimento dos investimentos em publicidade nesse formatos.
Mobile como parte fundamental das estratégias de marketing
Um dos pontos que mais chama atenção é de que as estimativas da Forrester são de que o celular vai impulsionar mais de 80% do crescimento de anúncios digitais em 2020. Nos países da União Europeia, os investimentos em publicidade para smartphones deve crescer de 22,9 bilhões de euros no final de 2019 para 26,1 bilhões de euros no final de 2020.
Com isso, o recado de Thomas Husson para as empresas é bastante claro: é preciso inserir (e medir) o mobile dentro das ações de marketing de maneira estratégica. “Esperamos que os líderes definam o papel do celular na conquista dos objetivos de crescimento e comecem a medir o impacto do mobile praticamente em tempo real”.
Assim, a importância do mobile não deve ser analisada apenas do ponto de vista do que é consumido por meio dos smartphones. Os dados contextuais móveis são fundamentais para que o negócio melhore a atribuição de mídia em todos os canais, não apenas em dispositivos móveis.
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