A convite do jornalista Guilherme Diefenthaeler, diretor da agência Mercado de Comunicação, participei na noite de 19/8 do debate “Possibilidade de atuação do jornalista no mercado de comunicação corporativa”, no Instituto Educacional Luterano de Santa Catarina – IELUSC, em Joinville (SC).
Para uma plateia de cerca de 100 estudantes de todas as fases do curso de Jornalismo da instituição, eu e os convidados que compuseram a mesa (o coordenador do curso, professor Sílvio Melatti; o jornalista Carlos Stegeman, da PalavraCom; o jornalista Valmor Fritsche, presidente do Sindicato dos Jornalista de SC; e o jornalista Aldo Schmitz, do Iscom) pudemos conversar e debater temas relevantes de nossa área por quase três horas.
Passados quase 10 anos que concluí o curso de Jornalismo da UFSC, me surpreendi quando perguntei, no início da minha fala, quantos entre os que estavam ali já tinham trabalhado com assessoria de imprensa e quantos gostariam de trabalhar na área depois de formados. A maioria levantou a mão (muito diferente do que observava há 10 anos). No entanto, quando conversamos sobre a grade curricular do curso, notei que uma similaridade com o que vivi na UFSC permanece: o espaço super reduzido para cadeiras de assessoria de imprensa e a inexistência de disciplinas sobre empreendedorismo na área, por exemplo.
Levando minha própria experiência em conta, sei que todo o meu conhecimento sobre assessoria de imprensa, aprendi fazendo, no mercado de trabalho, e não na faculdade. Mas também sei que tudo que aprendi nos quatro anos como estudante (de um bom texto, a uma pauta bem estruturada, conhecimentos sobre o funcionamento de uma emissora de rádio e TV), foi fundamental para que abrisse minha empresa com 23 anos e que pudesse me tornar uma assessora de imprensa que hoje lidera uma agência com quase nove anos de mercado.
Deixei claro aos alunos a relevância e a importância do segmento das assessorias em nosso mercado de trabalho. Reforcei dados que nos revelam o tamanho de nossa responsabilidade. Dados como este: 95% das notícias que lemos nos veículos de comunicação são pautados por agências de assessoria de imprensa (de acordo com o professor Manuel Chaparro, da ECA-SP).
Pontos polêmicos, como as recentes demissões em massa nos veículos de comunicação também foram discutidas no encontro.
Outros dois pontos que expus aos estudantes foram: 1) que a “crise” nos veículos de comunicação, principalmente nos impressos, não é interessante pro setor de comunicação empresarial (afinal pode-se especular sobre isso, já que o mercado de assessorias cresce vertiginosamente enquanto observamos dados preocupantes no outro lado da corda), pois se não tivermos veículos estruturados, com credibilidade, nossa missão de levar a conhecimento de todos pautas de interesse público, cai por terra também; e 2) há um cenário promissor e com demanda de profissionais qualificados para desenvolver e alimentar meios de comunicação digitais, principalmente blogs corporativos, sites e redes sociais.
Foi uma noite e tanto. Adorei participar e entender um pouquinho do que se passa pela cabeça dos estudantes de jornalismo de hoje. Espero ter colaborado e respondido à altura das expectativas dos que ali estavam, pois as minhas, depois de tudo que foi debatido, foram amplamente superadas.
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