Ítalo Ferreira fez história na Olimpíada de Tóquio 2020/2021 ao conquistar a medalha de ouro na disputa do surfe no ano de estreia do esporte como modalidade olímpica.

Na final, disputada na madrugada do dia 27 de julho (horário de Brasília) no agitado mar de Tsurigasaki, contra o surfista japonês Kanoa Igarashi, o brasileiro e atual campeão mundial superou um problema logo no começo da bateria.

Sua prancha quebrou após uma manobra na primeira onda e ele teve que recorrer a uma reserva. Isso não impediu que Ítalo vencesse com sobras, por 15,14 contra 6,60 no somatório final, com um repertório de manobras que lhe garantiu três boas notas dos jurados e a medalha de ouro no peito.

“Estava muito nervoso no início, mas apenas tentei surfar e me divertir porque há dois meses estava ocupado a treinar, a pensar e a sonhar e agora estou com a medalha de ouro”, disse o campeão olímpico.

Uma lição para o marketing de conteúdo

A conquista de Ítalo, levando em consideração o contratempo que teve no início da bateria final, deixa uma lição para quem investe em marketing de conteúdo: não é a prancha, são as manobras. Traduzindo: não é a plataforma, é o conteúdo.

Ou seja, há quem priorize criar contas, páginas e perfis em todos os canais digitais disponíveis – sem muito critério – em vez de direcionar sua estratégia para construir seu repertório de “manobras” para surfar as ondas de oportunidades, criar autoridade, conquistar a preferência do público-alvo (seus jurados, no fim das contas) e ganhar a medalha de ouro na conversão em vendas.

Não é a plataforma digital que define o sucesso da sua estratégia de marketing. É o conteúdo! E a presença digital não se conquista apenas por usar as redes sociais, por exemplo, mas por ser relevante por causa do conteúdo que produz e compartilha – assim como um surfista faz quando escolhe qual onda pegar.

Mas não é só isso.

Verdades sobre o uso de redes sociais e a produção de conteúdo

O papel das redes sociais precisa ser melhor compreendido pelas empresas. Assim como a prancha, uma conta numa rede, seja ela Facebook, Instagram, Twitter ou TikTok, serve para levar seu conteúdo na “onda”. É meio e não fim, como ferramenta de distribuição e parte de uma estratégia centrada no conteúdo, naquilo que a empresa quer comunicar e nos objetivos que deseja alcançar.

Por isso, não seja uma empresa que parece aquele pretenso surfista que fica na areia exibindo a prancha e nunca cai na água porque não tem conteúdo nem para ficar em pé na onda. Isso quer dizer que ter a prancha não faz da sua marca uma criadora de conteúdo. É só pose, mais ou menos como se vê nos Stories de muitas empresas: não tem o que dizer, faz qualquer micagem, não engaja nem gera tráfego para o site.

Se quer só like, temos outro problema. Como diz a velha máxima do marketing digital, like não paga conta e – acrescento – torna mais difícil a conquista da medalha de ouro. Não é uma onda, é uma marola, que pode ser boa para a redes social, mas ruim para a estratégia da sua empresa, assim como ter uma lista de muitos seguidores que ficam como expectadores na praia e não jurados para consagrar sua performance e escolher sua marca. Pouco interagem e pouco frequentam a página da sua empresa nem que seja para dar uma olhadinha…

E tem mais: como tratamos no webinar sobre Marketing de Conteúdo promovido pela Vocali, focar a estratégia em redes sociais é optar por usar canais de terceiros. E isso nem sempre é uma decisão acertada. Ou como se diz no surfe, é pedir para “tomar na cabeça” porque se fica sujeito a regras que não são as suas.

A prioridade é ter um canal próprio para o conteúdo – como um blog – e depender o mínimo possível de plataformas de outros. Mas se tiver que usá-las, leve em conta mais uma verdade sobre as redes sociais: o conteúdo é seu maior valor numa estratégia de marketing digital. É um patrimônio da empresa que trará os resultados que espera independentemente da “prancha” que será usada na onda – a principal ou a reserva.

Crédito de Foto: Ítalo Ferreira na final olímpica do surfe. Sean Evans/ Divulgação – Associação Internacional de Surfistas  www.isasurf.org