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Por Samantha Leal, jornalista da Vocali
Ser jornalista, principalmente assessora de imprensa, requer que você se torne especialista nos mais diferentes assuntos. É uma responsabilidade e tanto, afinal você vai ser porta-voz da empresa para a mídia do Brasil e, às vezes, do mundo.
Mesmo com 18 anos de profissão, senti um frio na barriga quando comecei a atender uma corretora de criptomoedas, há um ano. Era um assunto muito distante não só da minha realidade, mas da imprensa em geral. E os desafios se mostraram reais no início de 2017, quando começamos a divulgar a marca e os serviços da CoinBR. A empresa já estava no mercado há quatro anos, porém o assunto “bitcoin” surgia como uma grande interrogação na cabeça da maioria das pessoas, inclusive da imprensa.
Lembro a dificuldade que era fazer os jornalistas levarem o assunto a sério, de emplacar as pautas e de reunir todos em uma coletiva. Ninguém sabia o que era, achavam que era algo sem valor, um mero delírio da internet.
O ano passou e quanta coisa mudou! O bitcoin disparou, abriu espaço para outras moedas digitais, e o assunto passou a ser destaque no trending topics das redes sociais, principal assunto dos programas de TV e rádio, além de figurar as capas dos principais jornais do mundo – inclusive com nosso cliente na capa do jornal O Estado de São Paulo no dia 30 de dezembro! Hoje, me vejo sentada em um avião partindo para o Paraguai, prestes a presenciar mais um capítulo desse universo digital: a mineração de criptomoedas. Parti com a responsabilidade de acompanhar uma reportagem do Jornal da Globo sobre o assunto.
Durante a viagem me peguei refletindo na evolução da empresa, das pessoas, da mídia e de mim mesma com relação ao assunto. O que era uma interrogação, hoje se mostra um mar de possibilidades e uma revolução financeira sem precedentes. É incrível presenciar tamanha transformação, que pode ser comparada ao surgimento da internet. É claro que ainda há muitos desafios pela frente e muita coisa a provar, mas fazer parte disso tudo é muito estimulante profissionalmente!
Ao desembarcar em Foz do Iguaçu e partir para o Paraguai me vi tendo que lidar com uma série de sentimentos. Por mais que eu já tivesse viajado para fora do país, era a primeira vez que iria sozinha e a trabalho. Era um misto de euforia, medo e curiosidade. Além de visitar pela primeira vez a mineradora onde as criptomoedas surgem, iríamos gravar com o Jornal da Globo e dar uma entrevista para a Bloomberg, por isso eu precisava estar preparada.
As reuniões de alinhamento no Paraguai e na Argentina só foram interrompidas por um breve momento para que eu pudesse acalmar minha personalidade consumista, afinal impossível não surtar com tanta coisas barata para comprar.
Após os cinco minutos de lazer, voltamos para os preparativos da gravação, que foi um sucesso. Saí da mineradora com a certeza que estava diante de mais um desafio. Fazer com que as pessoas entendessem o conceito da atividade que faz com que o mercado das criptomoedas exista e se movimente. Precisei ver pessoalmente para entender e tornar o tema parte do meu universo.
São milhares de supercomputadores funcionando 24 horas por dia, sete dias na semana, para resolver algoritmos matemáticos que vão resultar em moedas digitais. Naquele galpão de 5.000m² estão máquinas de 10 países, o que mostra mais uma vez que não é uma atividade amadora ou leviana. Existem pessoas lá que acreditam no que fazem e, mais, têm amor pelo que fazem.
Você pode ser perguntar, mas por que o Paraguai? Porque lá a energia é mais barata. O consumo das seis mil máquinas é de cerca de 100 megawatts\dia. Uma casa, por exemplo, consome em média 156 quilowatts\dia.
Enfim, parti de volta para casa com a sensação de dever cumprido, cheia de mais conhecimento e pronta para enfrentar as pedras no caminho que irão surgir. A viagem que normalmente dura 1h50, durou 7h, mas valeu! Estou pronta e orgulhosa por ter feito parte de mais um capítulo da história.
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