Por Luciana Barros Pereira, jornalista da VOCALI
Foi-se o tempo em que as informações eram disseminadas apenas pelos grandes meios de comunicação. Há alguns anos os influenciadores digitais roubaram a cena na internet e deixaram os veículos tradicionais – há até poucos anos os principais propagadores das marcas – a ver navios.
Segundo dados da pesquisa #Hashtag Seguidores realizada pelo Instituto de Estudos de Comportamentos e Consumo Diário de Campo entre março e maio deste ano, mais de 84% das pessoas seguem a vida de influenciadores digitais e 76% afirmam já terem mudado de opinião sobre algum produto mediante a influência dessas pessoas. O estudo revela ainda que 51% dos participantes já foram apresentados a produtos ou serviços por quem seguem nas redes e que 49% já realizaram uma compra por indicação de influenciador.
O tal boca a boca
Estes profissionais amplificaram o tradicional marketing boca a boca, que neste ambiente digital nada mais é que fazer com que o potencial cliente de uma marca conheça os produtos ou serviços espontaneamente através da opinião de uma pessoa comum. Uma experiência bem diferente dos anúncios ou matérias pagas oferecidas nos meios de comunicação clássicos.
Mas o tal boca a boca sempre contou com um álibi muito valorizado: a veracidade da opinião. Quando um amigo nos conta que descobriu um restaurante maravilhoso, com comida boa, preço bacana, vibe que faz agente querer voltar, botamos fé e vamos conferir pautados no grau de realismo contido naquela indicação. Afinal, nosso amigo não está sendo pago ou ganhou um jantar em troca para nos propagandear o tal espaço.
Mas na era dos publiposts (publicações pagas) e permutas, alguém ainda se preocupa com a autenticidade da informação?
E se o influencer de gastronomia pudesse assumir o papel do crítico ou jornalista especializado no assunto e mandar a real? Será que estamos nos pautando em experiências autênticas? Qual será o futuro do marketing de conteúdo no momento em que as pessoas estão interessadas cada vez mais no valor real das vivências? Exercerão os influenciadores digitais a mesma relevância que o fazem hoje? É de se pensar…
Comentários estão desabilitados,