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Por Rachel Sardinha, diretora de marketing da Vocali
Dia desses, depois de trabalhar na Vocali até às 19h e iniciar o terceiro turno com um projeto voluntário dos três em que atuo, me perguntei se esses trabalhos extras não são “sarna pra me coçar”. Cheguei à conclusão que sim. Mas “ô coceirinha boa!”.
Fiquei me questionando por que me envolvo assim, por que uso meu tempo livre, noites em casa e finais de semana para trabalhar “de graça”. Mas sei que é porque todos os projetos que me envolvo têm algo semelhante: o empoderamento feminino, o desenvolvimento intelectual, profissional e a capacitação de meninas e mulheres visando um mundo mais justo e igual para todos.
Uma vez li uma pesquisa que mostrava que, para acabar com a pobreza no mundo, primeiro era preciso acabar com a desigualdade de gênero. A pobreza está ligada ao fato de que mulheres não podem estudar e trabalhar em muitos países e, em tantos, são diminuídas, ganham menos, não são valorizadas, sofrem violência, são assassinadas só por ser mulheres.
E assim fui me interessando e assumindo papeis nesses projetos. Atualmente estou envolvida em três: mentora no Technovation Challenge, integrante da ONG Inspiring Girls e gestora da 6ª edição do Prêmio ACIF Mulheres Que Fazem a Diferença.
O Technovation Challenge é uma competição mundial voltada para meninas de 10 a 18 anos de idade que devem, em dois meses, desenvolver um aplicativo para a melhoria de algum problema da comunidade em que elas estão inseridas.
A Inspiring Girls é uma organização fundada na Inglaterra e com atuação em outros dez países cujo objetivo é ampliar os horizontes profissionais de meninas, fazendo com que elas conheçam mulheres que atuam nas áreas de engenharia, tecnologia e ciências e possam considerar carreiras que ainda são vistas como “mais masculinas”. Sabiam que, aos seis anos de idade, muitas meninas já descartam algumas profissões por considerarem como “trabalho de homem”?
E o Prêmio Mulheres Que Fazem a Diferença, como o nome já diz, busca reconhecer cases de sucesso de mulheres que empreendem em diferentes setores (Negócios, Cultura, Terceiro Setor, Educação, Esportes e como Digital Influencer), de forma que essas histórias possam inspirar outras mulheres a também fazer a diferença no meio em que atuam.
Tem vezes – muitas! – que penso em largar tudo, que só o que preciso é de uns dias de folga sem comprometimento com trabalho nem projeto algum, mas quando volto dos encontros, a sensação é tão boa, de dever cumprido, novas amizades e a percepção de estar impactando positivamente na vida e no meio das pessoas envolvidas, que a balança sempre acaba pendendo para o lado do “vale a pena”.
Projeto de impacto social pode visar lucro?
Enquanto me divido nos trabalhos voluntários, criei junto com a Clarissa, minha sócia, o Projeto Cora. Diferente dos outros que é voluntário, o Cora infelizmente (ainda!) não é, mas tem um objetivo semelhante: dar voz e visibilidade para empreendedoras e executivas do Brasil fazendo com que elas se destaquem em suas carreiras e mercados, incentivando, assim, que a imprensa busque um equilíbrio de fontes nas reportagens sobre todos os assuntos.
O Projeto Cora foi idealizado após percebermos que menos de 15% das principais revistas de economia e negócios do País dão destaque na capa para mulheres – e quando dão, normalmente é no mês de março (Dia Internacional da Mulher). Ao mesmo tempo, a imprensa costuma buscar fontes masculinas para falar sobre todo e qualquer assunto, e entrevista mulheres normalmente quando a pauta é sobre conciliar carreira com maternidade, câncer de mama ou coisas do gênero.
Queremos mudar essa realidade! O Cora, o Technovation Challenge, a Inspiring Girls e o Prêmio Acif Mulheres Que Fazem a Diferença ajudam na educação de meninas e mulheres em relação a carreira e empoderamento pessoal, abrem horizontes e mostram que lugar de mulher é onde ela quiser. Além de colaborarem para a construção daquele mundo mais justo e igualitário para todos citado no começo do texto.
Vamos junt@s?
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