Nos últimos anos, a saúde mental tem recebido maior atenção em diferentes espaços de debate e pesquisa. O tema também é pauta importante no ambiente corporativo como atesta o artigo “Como cuidar da saúde emocional e mental dos executivos na pandemia?”, de Wal Ruiz, jornalista especializada em comunicação organizacional, que faz um convite a humanização dos processos empresariais e compreensão das diferentes necessidades no mundo do trabalho, seja do executivo ou do colaborador.
Síndrome da Agenda Lotada
Wal Ruiz aponta para outras prioridades e práticas na construção da cultura organizacional. Olhar para o ser humano e para a vida de quem compõe um time torna-se valor imensurável, passando pela saúde psíquica no ambiente de trabalho.
O texto destaca uma característica que, tempos atrás, já foi considerada sinônimo de produtividade: a síndrome da agenda lotada. “Isso acontece porque os gestores estão sobrecarregados de tarefas e reuniões ao longo do dia, o que faz com que eles tenham cada vez mais dificuldade em resolver o que de fato importa na rotina de trabalho”. Realidade apontada por lideranças como um dilema de suas rotinas e cultura organizacional.
Porém, a autora alerta que o excesso de compromissos é inversamente proporcional à eficácia. E executivos também declaram que há uma falta de foco para que as energias sejam depositadas em atividades que realmente importam.
Essa realidade não está apenas entre os executivos, é característica que afeta o mundo corporativo como um todo. O texto apresenta a saúde mental como urgência dos tempos atuais, num cenário de pandemia do novo coronavírus, ilustrada com números do estudo “One Year of Covid-19”, realizado para o Fórum Econômico Mundial, com 30 países.
Os dados apontaram que “53% das pessoas entrevistadas no Brasil acreditam que sua saúde mental mudou para pior desde o início da pandemia de Covid-19. Os resultados da pesquisa colocam o país em quinto lugar no ranking das nações que mais têm sentido as consequências da pandemia em seu bem-estar emocional.”
Corporações humanas
As dificuldades potencializadas com a pandemia, demonstram o quanto os ambientes corporativos anularam a humanização de seus espaços. Historicamente, desenvolveu-se uma cultura de que o local de trabalho não é local para manifestar dores e incertezas.
Nas empresas, faltam espaços seguros para que as pessoas possam mostrar sinais de fraqueza. Nesse contexto em que o distanciamento social tornou-se regra e que muitas realidades foram forçadamente adaptadas aos modelos híbrido e de home office, a saúde mental foi colocada em xeque. A tecnologia, nesse caso, não é uma aliada de primeira hora.
As dores ficaram ainda mais isoladas nas paredes de casa e distanciadas nas telas virtuais com suas inúmeras reuniões e tarefas. As agendas atribuladas colocaram-se diante da necessidade de outros formatos de diálogo. Essas mesmas agendas estão diante da mescla nos horários da vida corporativa, das tarefas de casa e compromissos pessoais e familiares. E a saúde mental foi ficando ainda mais em segundo plano.
Nesse cenário emergencial, é preciso humanizar as relações de trabalho. E sobre a importância do desenvolvimento humano, o artigo de Wal Ruiz cita John Naisbitt e nos permite uma reflexão urgente e necessária diante da delicada realidade da saúde mental no mundo corporativo.
Corporações humanizadas são a via necessária para resultados realmente eficazes, conjugando metas e qualidade de vida. O escritor e especialista em previsão de tendências globais “alerta que a tecnologia não será responsável por trazer os avanços mais emocionantes deste século, mas sim a expansão do que significa ser humano”.
É tempo de revisar hábitos e modos de vida, permitir-se um novo jeito de conduzir o mundo do trabalho e promover cultura organizacional em que o principal valor é o seu time de colaboradores e executivos. Sem essa equipe, não haverá empresa, lucro ou imagem.
Leia o artigo “Como cuidar da saúde emocional e mental dos executivos na pandemia?”, de Wal Ruiz
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