Se você tem acompanhado as últimas tendências de marketing digital – principalmente de social media – já deve ter ouvido falar do TikTok. A rede social chinesa caiu nas graças do público jovem de vários países, já conta com mais de 1 bilhão de usuários pelo mundo e tem perspectivas de crescer ainda mais. Ou seja, não pode mais ser ignorada por quem investe em social media.
Mas como o TikTok ainda não é tão usado no Brasil, as dúvidas sobre seu funcionamento e seu potencial de uso por marcas são bem comuns. Por isso, preparamos este conteúdo para te ajudar a entender melhor a rede social e se ela pode ser útil para o seu negócio.
Sem tempo para ler? Este artigo também está disponível em áudio, narrado pela autora, no player abaixo.
Afinal, o que é o TikTok?
O TikTok foi criado em 2016 na China com o nome de Douyin. Em 2017, a rede social comprou a plataforma americana Musical.ly – na época bastante popular entre os adolescentes nos EUA – e incorporou seus recursos. No mesmo ano, o aplicativo passou a se chamar TikTok fora da China e expandiu seus usuários pelo mundo chegando a 150 países e 75 idiomas.
O TikTok bombou inicialmente com vídeos de até 15 segundos em que os usuários dublavam músicas famosas. Com o tempo, novas funcionalidades foram incorporadas e o TikTok virou um terreno fértil para a viralização de desafios e memes.
Hoje a lógica segue a mesma. Os usuários – em sua maioria, adolescentes – podem postar e editar vídeos de 15 a 60 segundos, adicionar dezenas de efeitos e trilhas sonoras, e publicá-los na rede.
O algoritmo do TikTok passa então a sugerir vídeos de acordo com o que o usuário já assistiu. E aqui vem o pulo do gato (nesse caso, provavelmente um gatinho engraçado): não dá pra simplesmente rolar o feed. O usuário tem que ir passando pelos vídeos para chegar aos próximos. O que, claro, aumenta bastante o engajamento da rede social.
O TikTok está bombando tanto assim?
Todo esse furor em torno do TikTok ainda pode parecer algo novo e distante para nós brasileiros (eu vou falar daqui a pouco sobre o cenário do país), mas o fato é os números comprovam por que o aplicativo é um dos queridinhos do momento no mundo.
Com 500 milhões de usuários ativos, o TikTok alcançou recentemente a marca de 1,5 bilhão de downloads na App Store e na Google Play Store e já é o terceiro aplicativo mais baixado no mundo. Ele ainda está atrás do Whatsapp e do Facebook Messenger, mas já superou o Facebook e o Instagram.
Percebeu aqui um detalhe bem importante? Entre os cinco aplicativos mais baixados, o TikTok é o único que não faz parte do conglomerado de Mark Zuckerberg.
Também chama atenção o crescimento da rede social em 2019. Durante o ano foram registradas 614 milhões de instalações únicas no Android e no iPhone, um número 6% maior que no ano anterior.
Ainda tem dúvida da relevância conquistada pelo TikTok? A empresa por trás do aplicativo, a ByteDance, está avaliada em US$ 78 bilhões, e foi considerada a startup mais valiosa do mundo em 2018. Além disso, estima-se que a receita anual da empresa gire em torno de US$ 2,5 bilhões.
Mas nem tudo são flores…
O crescimento do TikTok, no entanto, foi acompanhado por uma série de polêmicas, geralmente relacionadas à privacidade dos dados e censura de conteúdos contra o governo da China.
Um dos casos mais famosos foi o da americana Feroza Aziz, de 17 anos, que usou um vídeo de tutorial de maquiagem para falar da perseguição do governo chinês à minoria muçulmana uigur.
O vídeo foi visualizado 1,6 milhão de vezes no TikTok e replicado em outras redes sociais. Feroza posteriormente acusou a empresa de bloquear sua conta por conta do vídeo. Já o TikTok negou a história e afirmou que o bloqueio se deu por conta de um vídeo antigo em que a usuária mencionava Osama Bin Laden.
Em abril de 2019, o governo da Índia pediu a remoção do aplicativo da App Store e da Google Play Store sob a acusação de disseminação de material pornográfico e de pedofilia. O TikTok se defendeu afirmando que removeu 6 milhões de vídeos que infringiam suas diretrizes na Índia, e reforçou o compromisso de garantir que a plataforma fosse um espaço seguro e positivo.
Já o governo dos Estados Unidos pediu que o TikTok fosse investigado por estar enviando dados pessoais de norte-americanos para a China. Também foi solicitada investigação da operação de compra da Musical.ly pela ByteDance, já que na época a empresa chinesa não procurou o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos.
Então o Facebook vai comprar…
Mark Zuckerberg bem que tentou comprar o Musical.ly lá em 2016 visando a entrada no mercado chinês, já que o Facebook é bloqueado no país. A negociação não foi pra frente e hoje dificilmente alguma aquisição será realizada.
Nos últimos meses, Zuckerberg tem endurecido às críticas contra a China por conta de questões relacionadas à censura. E o TikTok, obviamente, tem sido usado como exemplo da restrição de conteúdos desfavoráveis ao governo chinês.
Além das críticas, a empresa americana também tem apostado na criação de recursos e ferramentas para competir com o TikTok. Em 2018, o Facebook lançou nos Estados Unidos e no México o aplicativo Lasso, com recursos muito semelhantes ao TikTok, mas a ferramenta não empolgou muito e teve menos de 500 mil downloads em 2019..
Recentemente o Instagram também ganhou o recurso “Cenas” que permite a gravação de vídeos curtos sincronizados com músicas e recursos para edição rápida. O recurso foi disponibilizado apenas para usuários brasileiros e ainda está em teste.
E o TikTok no Brasil?
É bastante sintomático que o recurso Cenas do Instagram esteja sendo testado no Brasil. O TikTok ainda não pegou por aqui, mas a rede social chinesa já demonstra bastante interesse no país. O aplicativo já tem representação no Brasil, e testa parcerias com anunciantes e empresas de mídia, como Tastemade Brazil, Amaro e Vice.
O interesse dos brasileiros pela rede social tem aumentado nos últimos meses. Uma análise do Google Trends mostra o crescimento das buscas pelo termo “tiktok” no Brasil em 2019.
Entre os estados que mais pesquisam sobre a rede social estão Acre, Amapá, Santa Catarina, Pará e São Paulo.
Mas só tem jovens no TikTok?
Esse é um dos grandes receios das empresas para investir em estratégias de social media no TikTok. Sim, o público da rede social ainda é composto majoritariamente por jovens. Mais de 40% dos usuários têm entre 16 e 24 anos.
Para as marcas que precisam atingir a chamada geração Z – os nascidos a partir de meados dos anos 1990 – comunicar-se no TikTok tem se tornado cada vez mais essencial. Principalmente por meio de conteúdos com potencial para viralização e parceria com influenciadores.
Mas não são só os adolescentes que usam o TikTok. O público da rede tem amadurecido e o número de adultos utilizando a ferramenta saltou de 3,9 milhões em março de 2018, para 14,3 milhões em março de 2019.
Isso não quer dizer que negócios mais formais e com um público mais velho não precisam investir na plataforma. Afinal, a regra de ouro de social media é estar nas redes que sua persona está.
Mas vale a pena ficar de olho nas tendências do TikTok e nas variações etárias do seu público. Anos atrás, quando era tudo mato no Facebook, e depois no Instagram, eram os adolescentes que dominavam essas redes. Com o passar dos anos, esse público mudou a tal ponto que hoje adultos com mais de 45 anos representam 27% dos usuários de redes sociais no Brasil.
O que as marcas já estão fazendo no TikTok?
Para entender melhor as possibilidades de divulgação de conteúdos e engajamento que o TikTok oferece para empresa, vamos ver a seguir alguns exemplos de marcas que já utilizam a rede social.
Um importante case de sucesso foi o do restaurante de comida mexicana Chipotle que lançou nos EUA o desafio #GuacDance para celebrar o Dia Nacional do Abacate. A proposta era simples: os usuários do TikTok precisavam fazer dancinhas dedicadas ao abacate e usar a hashtag #GuacDance. Quem participasse ganhava uma porção gratuita de guacamole no para cada pedido feito no Chipotle no Dia do Abacate.
O resultado foi viral: mais de 250 mil vídeos enviados, 430 milhões de visualizações nos seis dias de promoção e mais de 802 mil porções servidas.
No Brasil, o Guaraná Antártica fechou recentemente uma parceria com o TikTok. A campanha, chamada #CoisaNossa, envolve o lançamento de desafios e o apoio de 50 creators do TikTok para mostrar coisas que só os brasileiros sabem fazer. Para impulsionar a ação, o Guaraná Antártica vai lançar uma série de 27 latas temáticas que contarão com um QR code para o perfil da marca no TikTok.
Por onde começar?
O crescimento do TikTok está entre as tendências de marketing digital para 2020 e a rede social pode ser um canal interessante para o seu negócio.
Mas investir em um canal só “porque todo mundo está fazendo” não costuma dar muito certo. Por isso, se você quer conhecer melhor o TikTok e aproveitá-lo em suas estratégias de social media, aqui vão algumas dicas:
- Entenda quem é sua persona e em quais redes ela está. Se o público do seu negócio não está no TikTok, por que sua marca deveria estar?
- Encontre o tom de voz do seu negócio. Não adianta ser formal em redes que exigem maior espontaneidade. Nem (tentar) fazer humor com assuntos sérios.
- Planeje suas estratégias e conteúdos. Viralização espontânea pode ser uma realidade para alguns usuários (os memes não nos deixam mentir), mas com as marcas o cenário é diferente. É preciso planejar suas ações e analisar se a sua empresa tem conteúdos capazes de gerar engajamento.
Por fim, busque o apoio de especialistas que conheçam boas práticas de social media. Contar com uma agência de inbound marketing faz toda a diferença na hora de pensar as redes sociais não como um fim, mas como uma ação integrada e focada no crescimento do seu negócio.
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